"Deus quer, o Homem sonha, a obra nasce." (...) O Infante In "Mensagem", Fernando Pessoa. / (...) "Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida, que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança." Pedra Filosofal In "Movimento Perpétuo" António Gedeão 1956
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Os meninos do Huambo - Paulo de Carvalho
Os meninos de Huambo fazem alegria
Constroem sonhos com os mais velhos de mãos dadas
E no céu descobrem estrelas de magia
Com os lábios de dizer nova poesia
Soletram as estrelas como letras
E vão juntando no céu como pedrinhas
Estrelas letras para fazer novas palavras
Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
Com os sorrisos mais lindos do planalto
Fazem continhas engraçadas de somar
Somam beijos com flores e com suor
E subtraem manhã cedo por luar
Dividem a chuva miudinha pelo milho
Multiplicam o vento pelo mar
Soltam ao céu as estrelas já escritas
Constelações que brilham sempre sem parar
Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
Palavras sempre novas, sempre novas
Palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo
Assim contentes à voltinha da fogueira
Juntam palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo
domingo, 9 de agosto de 2009
Fungágá Bicharada (José Barata Moura)
É o fungágá, fungágá da bicharada
É o fungágá, fungágá da bicharada
la la la la la la la la ra la la
Vamos falar de animais e de como eles são
Do piriquito do gato e do cão
E outros mais também virão
Talvez uma girafa um macaco ou um leão
[refrão]
Vamos todos aprender como vive a bicharada
O que é um cardume e uma manada
Vamos ver não tarda nada
Quem é que afinal tem a voz bem afinada
[refrão]
Vamos tambem descobrir uns amigos bestiais
Bem diferentes dos habituais
E vamos rir até não poder mais
Com as palhaçadas dos amigos animais
[refrão]igos bestiais
Bem diferentes dos habituais
E vamos rir até não poder ma
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Lágrima de preta. (António Gedeão)
Lágrima de preta
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.